domingo, 14 de outubro de 2012

Labirintos silenciosos

O silencioso labirinto da vida me apresenta mil portas e sete chaves. Vejo-me obrigada a escolher entre sal ou açúcar, chuva ou sol, ruas ou avenidas. O silencioso labirinto grita: estamos entre quatro paredes invisíveis. Posso ver o movimento dos carros daqui, do lado de dentro. A criança que se ajoelhou para acariciar seu cachorro, desequilibrou. Caiu. Opto, as vezes, por não ver. Em frente as paredes imaginárias, levanto reais muros mentais. Será que finalmente atingi o isolamento? Talvez não... vejo tantas outras crianças caírem! Você consegue ver? Consegue me ver? Solto gritos de silêncio que ecoam no céu e espero que sejam minhas preces chegando. Vejo-as mais sem rumo que as nuvens: nada sabem em relação aos seus destinos... tão confusas quanto a minh'alma. Ando procurando algum atalho que me leve com rapidez às mil portas. Não desejo muita coisa: apenas um conhaque, um livro do Bukowski e as mesmas sete chaves para poder voltar ao meu conjunto de paredes imaginárias com retenção que se revestem mutuamente.